Saúde
Pacientes reclamam de demora em atendimento na UPA Ferreira Viana
Cansados de aguardar atendimento, alguns pacientes que estavam na sala de espera discutiram com a coordenadora da Unidade, Letícia Trápaga.
Paulo Rossi -
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ferreira Viana em Pelotas foi palco de uma pequena confusão por volta das 17h30 desta segunda-feira (12). Cansados de esperar por atendimento, alguns pacientes que aguardavam na sala de espera bateram boca com a coordenadora da Unidade, Letícia Trápaga.
O consultor de vendas João Francisco Almeida, de 31 anos - que apresentava sintomas de caxumba e esperava atendimento desde às 13h -, era um dos mais alterados. "Isso é um desrespeito. Senhoras de idade, pessoas com crianças no colo, esperando uma eternidade", criticava.
A aposentada Lena Marisa Campos, de 70 anos, aguardava desde às 11h30. Com dores de cabeça e segundo seus familiares pressão alta, a idosa só foi ser atendida um pouco antes das 18h. Segundo sua filha, Jucelda Campos, 48, haveria apenas um médico atendendo.
A coordenadora da UPA, Letícia Trápaga, afirma entender a irritação de quem espera mas nega as afirmações de que havia apenas um médico na Unidade. "Nós temos sempre pelo menos dois médicos e nas segundas, quartas e sextas, das 17h às 22h, temos três" explica.
Prioridades
Letícia explica que há uma ordem de prioridades que precisa ser respeitada. Na chegada, os pacientes são divididos em quatro diferentes níveis de urgência, definidos pelas cores de suas fichas: azul, verde, amarela e vermelha, em ordem crescente de gravidade.
Tanto Lena Campos, como João Almeida, foram registrados como ficha verde e portanto sem maior urgência. A ficha da aposentada de 70 anos demonstrava que na chegada à UPA sua pressão estava normal e as dores de cabeça que reclamava já vinham ocorrendo há um mês.
Segundo a coordenadoria, as segundas-feiras são geralmente dias de movimento muito alto, aumentando o tempo de espera dos casos menos graves. Até às 18h, a UPA já havia atendido 167 pessoas, desde à meia-noite, quando a média por dia no mês de agosto foi de 182. Nos dois primeiros meses de funcionamento, julho e agosto, as médias diárias foram de 11 pacientes registrados como ficha azul, 107 ficha verde, 44 amarela e 0,36 vermelha.
Para Letícia, um problema enfrentado é a falta de conhecimento de parte da população que vai à UPA com doenças crônicas ou de pequena gravidade e que poderiam ser atendidas em suas UBSs locais. "É importante que aos poucos as pessoas comecem a entender que a principal função da UPA é atender pacientes com sinais e sintomas nas últimas 24 horas e não cuidar de casos crônicos" conclui.
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